17 fevereiro, 2008

A Última Estante IV

..........agora as coisas estavam ainda mais confusas, já não sabia em que acreditar, tendo identificado a voz, virou-se rapidamente e quase desmaiou: era Ricardo, o menino mais inteligente da escola. Mas o que ele fazia ali? Será que a professora pediu TRABALHO CASTIGO pra ele também?
O rapaz começou explicando que no ano anterior havia se comportado mal durante a aula de História e como forma de punição, a professora havia solicitado a ele que visitasse a tal biblioteca misteriosa. Depois daquele dia, tudo fazia sentido em sua mente. Descobriu o real valor do estudo do passado e a alegria de poder voltar para os dias atuais.
Júlia quis saber como eles poderiam sair daquele lugar assustador, mas Ricardo não teve tempo de responder, pois de repente ambos foram detidos por dois guardas da SS, que nada perguntaram, simplesmente os encaminharam para uma espécie de delegacia e consideraram que fossem judeus, pelas suas características físicas, encaminhando-os a seguir a uma estação ferroviária com mais centenas de outros detidos cujos bens foram confiscados pelo governo e estavam sendo transferidos para um campo de concentração na zona rural da Polônia. Os vagões ficaram repletos de pessoas apreensivas, com o rosto cheio de lágrimas e preocupadas com o futuro.
Os dois estudantes conheceram um judeu chamado Sam Salomon dentro do vagão e enquanto o trem se distanciava da estação, todos puderam observar os vários comércios fechados, lacrados com madeira e expondo a estrela de Davi, (que sinalizava que aquele local era propriedade de judeus) pessoas enfrentando filas para servirem-se de sopa, casas destruídas pelas bombas e arrombadas pelos constantes saques. Diante daquele quadro, o sr. Salomon informava-lhes que Adolf Hitler era antisemita, o que justificava seu ódio aos judeus, já que convenceu a toda a população de que eles haviam traído sua nação, entregando-a às nações inimigas, assim, logo depois da guerra, quando o partido Nazista assumiu, a perseguição começou e milhares de pessoas consideradas perigosas foram transferidas para campos, onde trabalhavam até a morte ou até que as doenças os impossibilitassem e fossem conduzidos à câmaras de gás.

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